sábado, 15 de novembro de 2008

Curso de Som Perestroika - Sábado III

Terceira aula. "Que aspecto do som aprenderei hoje?" Esta é a expectativa ao sair de casa. A aula não será onde normalmente é: na Perestroika. Hoje o local do encontro é a LoopReclame. Além disso, professor diferente. Gosto de novidades. Estou curiosa.

Professor desta aula: André Sittoni. Com formação em Educação Física, o lance dele era sua banda. Mas, como não fluiu, ele e seus parceiros resolveram tentar a vida no exterior. Só ele conseguiu visto... e se mandou! Chegando nos States, surge a oportunidade (aquela história de estar no lugar certo na hora certa): a Warner precisava de alguém com conhecimento em áudio e português. Pronto! Tava feito o estrago! No bom sentido, claro! Quinze anos em Los Angeles, Warner, muitos filmes. O cara é o cara no que diz respeito a áudio!

O assunto estava definido: som para filme e televisão. Gostei! Amo cinema! Como não adoraria esta aula!? Inicialmente, após apresentações, André relaciona áudio e vídeo a fim de explicitar a dupla importância dessa relação. O que escrevo a seguir são palavras dele.

Som é a aura construída para dar suporte à narrativa, documentário, filme, comercial ou programa de televisão. Pode contar a estória diretamente, ser usado para ilustrá-la ou contá-la de maneira subjetiva. Mesmo sendo mecanismos diferentes de percepção, som e imagem devem estar integrados de forma que os expectadores não consigam os separar.

Feita a introdução, passamos para a próxima fase da aula: produção. Três estágios: (1) pré-produção (como acontecer); (2) produção (fazer acontecer); (3) pós-produção (manipular o acontecido). Na parte de pré-produção, temos a leitura do roteiro, a análise das locações, a montagem das equipes, o orçamento, o mapa de som (ou som-design), a escolha de equipamentos e o plano de gravação. Na produção, temos a equipe de captação (som direto) e a de captação de efeitos, os equipamentos: microfones, mixer, gravadores, acessórios e a documentação/planilhas. Na pós-produção, a edição, foley, efeitos sonoros editados e os gravados, música, mapa de som, mixagem.

Imagine que, do som direto, gravado junto ao vídeo, aproveita-se, no máximo, 60%. Quer dizer que, com otimismo, no mínimo 40% do som terá de ser regravado. Aí entra o artista de foley! Este é responsável por (re)criar os sons ocorrentes no filme. Seja o que for, do ato de respirar a uma guerra, o artista de foley reproduz de forma a captar com a maior qualidade possível os sons produzidos na obra. Depois de passarmos do cinema mudo para o falado, na opinião de André Sittoni, esta foi a maior invenção da arte cinematográfica envolvendo som! O Foley teve uma puta idéia! Aumentou a qualidade do cinema! Valorizou a participação do áudio!

Ainda que no Brasil a Indústria do Cinema esteja se desenvolvendo e progredindo, há muito o que melhorar! Inclusive no que diz respeito ao reconhecimento do profissional de áudio! Agora, com a TV Digital então... Ficará muito mais fácil identificar, perceber, a qualidade do som! Tudo se tornará mais perceptível!

À contribuição da tecnologia ao mundo da arte!

Sempre precisaremos de artistas!

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